Cirurgião-Dentista/CRO-RS 16064

CIRURGIA DOS DENTES INCLUSOS

Dente siso: Extrair ou não extrair?

Publicado em 29/12/2020

O dente terceiro molar, também conhecido como siso, muitas vezes é motivo de preocupação para os pacientes. Algumas teorias evolutivas sugerem que com o passar dos anos, a dieta cada vez mais fácil de ser mastigada deixou menos necessária a presença de tantos dentes na boca, consequentemente reduzindo também o tamanho das nossas arcadas dentárias. Estas alterações morfológicas causaram falta de espaço para a erupção normal dos terceiros molares ou agenesia dos mesmos (quando o paciente não tem o germe do dente na arcada).

Para os pacientes que possuem o siso, a sua extração está indicada em várias situações. Quando o dente está retido ou impactado dentro do osso, uma vez que essa retenção está relacionada a formação de cistos e tumores dos maxilares, a cirurgia é indicada. Quando ele está semi-erupcionado, ou seja, aparece uma parte em boca e a outra fica coberta por gengiva, pode ocorrer o acúmulo de placa bacteriana sob a mucosa causando inflamação e dor, também sendo uma indicação clara da extração. Outras situações como cárie dentária e reabsorção das raízes dos dentes próximos também é relatada.

Quando o siso está totalmente erupcionado nem sempre é necessária a sua extração, se ele está em oclusão (mordendo com o dente da outra arcada) e com boa higiene pode ser mantido. Caso esteja cariado ou o paciente tenha dificuldade de limpá-lo, a extração deve ser discutida com o seu cirurgião-dentista.


Cirurgia de tracionamento de dentes inclusos para ortodontia

Publicado em 29/12/2020

Uma cirurgia que causa preocupação nos pacientes, geralmente adolescentes, é o tracionamento de dentes inclusos para ortodontia. O procedimento é realizado na maioria da vezes em caninos superiores, que devido ao seu tamanho e demora para expor no meio bucal não encontra espaço na arcada para erupcionar, e acaba ficando retido na maxila. Estas impacções podem ocorrer com qualquer dente, e a decisão de tracionar ou remover deve ser bem avaliada.

O paciente deve estar ciente do tempo que esta movimentação ortodôntica aumentará no tratamento, assim como deve estar ciente das compensações que serão necessárias em caso de remoção do dente, como por exemplo inserir um implante dentário para ocupar o espaço do dente extraído ou fechamento do espaço com outro dente natural, sendo necessária alguma reabilitação estética para devolver o formato dentário correto.

O ideal nesses casos é examinar o dente através de tomografia computadorizada, onde será possível avaliar com precisão o formato do dente, sua relação com estruturas anatômicas importantes e seu posicionamento no arco. A localização do dente é importantíssima na decisão do acesso cirúrgico, que pode ser por vestibular (pelo lado do lábio e da bochecha) ou por palatino (pelo lado do céu da boca).

O procedimento é simples, porém requer experiência do cirurgião. A técnica consiste em exposição cirúrgica da coroa do dente e colagem de botão ortodôntico. Como o ambiente de colagem é úmido e apresenta pequeno sangramento o botão pode raramente vir a soltar. Mas uma recolagem se torna fácil após o período de cicatrização, onde é mais fácil controlar a salivação e não há mais sangramento.

Em alguns casos pode-se lançar mão de cerclagem com fios de aço ao redor do colo do dente para tracionamento, ou perfuração de parte da coroa do incluso para passagem de fio de aço e tracionamento. Estas variações técnicas são mais difíceis e podem danificar o esmalte dentário, tendo uma indicação mais restrita.

O pós-operatório costuma ser tranquilo em relação à dor. Alguns pacientes podem queixar-se, em caso de exposição palatina do dente, do contato da língua com o aparato ortodôntico (botão e fios). Analgésicos e antiinflamatórios são suficientes para o conforto do paciente.

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